quarta-feira, 21 de agosto de 2013

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Estranho tempo

Estranho tempo
 
 Estranho tempo em que temos tantos aparelhos 
para ganhar tempo, 
 e não temos tempo 
para contemplar o simples, 
o que é belo…
Estranho tempo em que pessoas 
decidem levar vantagens sobre as outras, 
e dizem que se amam, que se respeitam… 
 Estranho tempo onde a estação de frio tem calor, 
e na de calor esfria. 
E as pessoas acham tudo lindo, 
de acordo com suas conveniências. 
 Estranho tempo onde as mentiras 
parecem verdades absolutas, 
 e muitas verdades já são consideradas mentiras. Estranho tempo onde se diz “eu te amo” 
com tanta facilidade, 
que as vezes não dura 
dois cliques do velho mouse… 
 Estranho tempo onde ser feliz 
é “possuir”, é o “ter”, 
até a dor nos visitar e lembrar-nos que é preciso 
“ser”. 
Estranho tempo onde não conversamos, teclamos. 
 Já não fazemos amor, sensualizamos. 
Já não nos beijamos apaixonadamente, 
trocamos de boca. 
Já não temos tempo para um banho demorado, 
nos lavamos. 
 E no meio de tantos desencontros, 
almas aflitas gritam, 
no meio da depressão que nos consome, 
buscam carinho. 
Carinho que se perdeu na troca fria de mensagens, 
que hoje já não valem mais nada. 
 Estranho tempo, onde temos saudades 
do que ainda não vivemos. 

 Paulo Roberto Gaefke

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